Cresce o número de estudantes de escola pública nas faculdades brasileiras

ados recentes mostram que, mesmo com as dificuldades, cada vez mais jovens da periferia estão conquistando espaço nas universidades. A política de cotas e o Prouni seguem sendo portas de entrada fundamentais.

6/23/20252 min read

Mais alunos da rede pública nas universidades: o que dizem os números

Um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgado neste mês de junho de 2025 trouxe uma notícia que é motivo de orgulho nas quebradas de todo o Brasil: mais da metade (52%) dos estudantes que entraram no ensino superior em 2024 vieram de escolas públicas.

O avanço é significativo. Em 2014, por exemplo, esse número era de apenas 37%. A virada veio, principalmente, graças às políticas afirmativas como o Prouni, o Fies e, principalmente, a Lei de Cotas, que já completou 12 anos.

Cotas e Prouni: as portas que abriram caminhos

Além da reserva de vagas nas universidades públicas, o Programa Universidade para Todos (Prouni) também teve impacto direto nesse aumento. Em 2024, mais de 300 mil bolsas de estudo foram ofertadas, muitas delas para jovens de baixa renda, negros, indígenas e pessoas com deficiência.

Na quebrada, isso significa que mais jovens estão conseguindo realizar o sonho de cursar uma faculdade, seja em universidades públicas ou particulares.

Da sala de aula da escola pública pro sonho da faculdade

Para quem encara transporte lotado, falta de estrutura nas escolas e ainda precisa trabalhar pra ajudar em casa, a conquista de uma vaga na universidade é gigante.

“Sou da Brasilândia, estudei a vida inteira em escola pública. Passei na USP agora em 2025, no curso de Geografia. Nunca imaginei que seria possível, mas com as cotas e muito corre, consegui”, conta João Vitor, de 19 anos.

Histórias como a de João se multiplicam. São jovens da favela, negros e periféricos, ocupando espaços que, por muito tempo, foram negados.

Desafios que ainda estão no caminho

Mesmo com os avanços, a permanência desses estudantes na universidade ainda é um desafio. Muitos enfrentam dificuldades com o custo de transporte, alimentação, livros e até com a adaptação ao ambiente acadêmico, que nem sempre é acolhedor para quem vem da periferia.

Programas de assistência estudantil, como bolsas permanência e auxílio alimentação, têm sido fundamentais para garantir que esses jovens não apenas entrem, mas também consigam concluir seus cursos.

O que representa essa mudança para a favela?

Ver mais jovens da quebrada na universidade significa abrir novas possibilidades de futuro, acesso a melhores empregos e representatividade em espaços de poder e decisão.

Essa presença crescente também é um recado para a sociedade: quando o acesso é garantido, o talento da favela mostra a que veio.